Em mais uma edição do Content Hackers, o CMO da Rock Content, Diego Gomes, entrevistou o Rafael Campos, Global Head de Inbound Marketing e Inside Sales na VTEX.

A VTEX é uma multinacional brasileira de tecnologia que possui foco no ramo de cloud commerce. A empresa desenvolveu a plataforma com atuação global, a VTEX Cloud commerce, disponibilizada no mercado como SaaS.

Hoje ela possui clientes como Walmart, Whirlpool, Lego, Disney, L’oreal, Sony, Coca-Cola, Staples e outras 2.000 lojas em 16 países.

Confira a entrevista completa:

Diego Gomes: Para começar, você pode nos contar um pouquinho da sua história?

Rafael Campos: Bom, eu estou trabalhando na VTEX há 8 anos. Já trabalhei com implementação de loja virtual, já dei treinamento para cliente, já fui da área comercial e já morei na Argentina durante quase 2 anos.

Voltando aos escritórios e negócios, a primeira onda de expansão que fizemos para fora do Brasil foi basicamente para Argentina, China, Chile, Colômbia, Equador e Peru. Voltei da Argentina, mais ou menos por volta de 2013, 2014, e fiquei só na parte de vendas, focado em um grupo corporativo até 2016.

Isso foi quando, pela primeira vez, nos demos conta do Marketing de Conteúdo e vimos que era uma estratégia muito boa, principalmente, para geração de leads. Após isso, começamos a implantar alguns processos na VTEX, usando tanto a metodologia de Inbound Marketing como a de Inbound Sales.

Juntamos os dois para realmente reestruturar a parte de vendas na VTEX e para otimizar a geração de leads, pois esta era muito pequena e estávamos muito presos a contatos pessoais e interpessoais entre as condições de mercado. Queríamos ter uma frente que não dependesse somente das relações entre pessoas.

Eu respiro e-commerce há 10 anos, só sei fazer isso. Vimos o comércio eletrônico dando os primeiros passos no e-commerce. Hoje, eu acho que se eu tivesse que dizer um bem maior da VTEX seria a educação e a preparação do comércio eletrônico. Mas claro, a globalização e a velocidade das tecnologias vão possibilitar que um chinês venda um produto pela metade do preço, e nos entregue em um tempo muito curto. E se preço deles for positivo, a venda deles aumenta. Então uma das preocupações maiores é como tornamos o mercado do comércio eletrônico em um local competitivo?

Então temos uma vertente que é totalmente tecnológica e atende o corporativo em 16 países, sendo que em 10 países já temos escritórios. Também temos uma vertente de conhecimento e conteúdo que geramos diariamente, com muito carinho, tentando passar ao máximo o que sabemos, o que estudamos ao longo desses 10 anos, para ver se conseguimos transferir isso para o mercado e este consiga crescer e se estruturar melhor.

Diego Gomes: Uma coisa que eu admiro muito no trabalho da VTEX, e acompanho, é que vocês são uma das maiores empresas de tecnologia do Brasil que estão apostando agressivamente nessa expansão internacional. E você é o responsável global por essa estratégia. Me conta um pouquinho dos seus desafios e como é que vocês está operando isso?

Rafael Campos: Já estamos nos Estados Unidos, na Europa, Alemanha, Espanha, Portugal, e Inglaterra se eu não me engano. E vamos vir com novidades que posicionam a VTEX em outro patamar.

Não somos nós falando, presa global, cuja matriz iniciou no Brasil. É assim que estamos sendo vistos, principalmente pelo mercado americano.

Fizemos a nossa primeira onda de expansão quando fomos para países mais parecidos com o nosso e onde a competitividade é um pouco menor. Estes países foram Argentina e Chile, que são locais que provavelmente têm alguns anos atrás no comércio eletrônico brasileiro.

Chegamos em um momento que tivemos a decisão de colocar os escritórios físicos em cada um dos países, mas isso se provou não ser perene nem necessário. Por isso, acabamos voltando um pouquinho atrás. Agora temos um escritório em um país, que controla uma região ou um grupo de países, dependendo do tamanho e da importância.

A unidade dos Estados Unidos, por exemplo, somente controla o próprio país por causa do tamanho. Já no caso de países menores, isso é diferente. Hoje, por exemplo, temos a unidade da Espanha que atende Portugal.

Fechamos por regiões, e nelas uma Business Unity cuida das outras. Atualmente temos uma postura bastante interessante, com uma visão de um settler da região. Como exemplo temos o Alexandre, que é nosso sócio. Ele é o settler da região da América do Norte e, basicamente, Estados Unidos. Temos settlers espalhados pelo mundo, bastante deles na Alemanha.

Esses settlers têm como objetivo desbravar o mercado e começar a ser o “evangelizador” da plataforma que desenvolveu a tecnologia, e ele usa serviços que estão estruturados a partir do Brasil. Então por exemplo: “Ah! Eu quero estruturar na Alemanha uma rede de canais. Para isso, vou conseguir parceiros de informações, e vou usar a estrutura da VTEX que já está pré modelada e já tem um sistema instalado para a hora que eu quiser começar a montar essa estruturas de canais no país.

Com o Inbound Sales, qualquer settler em qualquer um dos países pode escolher o melhor momento e serviço nosso. Vamos dizer que nós “emprestamos” serviços para esses caras e levamos tanto para a área de conteúdo quanto para a área de vendas, de Inbound e já até estamos começando a fazer Outbound para algumas operações que temos.

Diego Gomes: A sua estratégia de Marketing de Conteúdo começou no Brasil e agora você está começando a expandir esta estratégia para outros mercados. No seu ponto de vista, esse seria o caminho do Marketing de Conteúdo?

Rafael Campos: Exatamente. No centro de apoio, por exemplo, considero o Alexandre Soncini como um cara que acredita muito, assim como eu, no Marketing de Conteúdo. Nos Estados Unidos, já iniciamos as nossas estratégias de conteúdo.

Em alguns mercados, o settler quer iniciar com o Outbound Marketing, que não é uma coisa que eu, por exemplo, acredito tanto quanto no Inbound.

Quando se tem países que possuem características diferentes, com perfis diferentes, precisamos primeiramente entender qual é o país/região para qual vamos vender e traçar a estratégia inicial. A estratégia em todos os países que entramos é o primeiro passo, e a que mais apostamos e acreditamos é a de conteúdo.

Nós temos países que são bem desenvolvidos, com um nível de conversa extremamente avançado, como é na Alemanha e no Reino Unido. Porém, quando vamos para alguns países como a Argentina, vemos que ela está bem atrás, tanto no nível de conceitos, quanto em termos desafios.

Então não dá para você desenvolver um conteúdo, vamos dizer, brasileiro, e colocar no mercado americano. Assim, como muitas vezes não dá para você colocar outros conteúdos de países diferentes no Brasil.

Como podemos ver, o nosso grande desafio é como conseguimos ter conteúdo de extrema qualidade e importância, regionalizando no que estamos chamando agora de pôster de atuação. Por exemplo, na América Latina, é muito provável que o assunto que formos fazer aqui no Brasil possa ser produzido e utilizado na Colômbia, no México e na Argentina. Já algum conteúdo que a utilizamos nos Estados Unidos, possivelmente pode ser utilizado também na Alemanha e na França.

Assim, estamos fatiando no mundo inteiro. Entendemos que a similaridade de gestão desse conteúdo consegue ser compreendida em um dado momento no mercado quando direcionamos esses conteúdos para esses nichos.

Diego Gomes: Também estamos tentando aprender esse processo de internacionalização aqui na Rock Content, lançamos um blog em língua espanhola no meio do ano passado, o Marketing de Contenidos. Estamos aprendendo bastante.

Mudando um pouquinho de assunto, o mercado de e-commerce é bem particular, e conversar com o empresário que quer começar uma operação de e-commerce ou que já tem e quer profissionalizar é lidar com um público um pouco diferente. O que é um desafio para falar o que vocês tem feito de estratégias não só de conteúdo, mas o principal viés da VTEX para chegar a esse potencial cliente.

Rafael Campos: Atualmente temos algo distante do nosso entendimento do que é Marketing de Conteúdo e qual o propósito dele dentro da estratégia maior na VTEX.

Não enxergamos mais só como uma questão de Marketing. Na verdade, estamos querendo ter uma noção disso na VTEX, em que o Marketing é o principal pilar e nele estruturamos todo o método de estratégia.

Temos feito algumas outras iniciativas que não são somente de ação de conteúdo. Hoje há relação de conteúdo somente para a nossa persona.

Segmentamos, mais ou menos, 70% de conteúdos que falam com a nossa persona, mas temos que desenvolver o conteúdo para aculturar o mercado.

Então, é muito claro como a VTEX é a mais focada nos clientes enterprise, clientes do corporativo, do que nos clientes que querem montar o seu primeiro e-commerce. O nosso sistema não é simples de manipular e é necessário investimento.

Tentamos pensar em uma estratégia para ver como faríamos para o caso de alguém que queira montar uma loja online, sendo que ele já tem lojas físicas. O que podemos prover de conhecimento para esta pessoa que está montando o primeiro e-commerce dela e não é minha persona? Eu olho para isso para daqui há 3, 4 anos, no momento em que essa pessoa que ajudamos a crescer em termos de conhecimento esteja com a VTEX na cabeça, para que nós sejamos a principal opção dele amanhã, em uma questão de Branding.

O nosso objetivo maior agora é realmente conseguir fazer com que esse mercado tenha mais conhecimento, seja mais inteligente, saiba montar a sua estrutura. E queremos ser os responsáveis por transferir conhecimento para essa pessoa, fazendo com que naquele momento que ela esteja pronta, a VTEX seja a principal fonte na cabeça dela.

A atual estratégia é se fazer essas duas partes: a primeira parte que é focada ROI e em retorno, conteúdo de topo, meio e fundo de funil, e-book, conversão, lead, MQL, SQL, e assim vai. Então temos várias iniciativas que são voltadas para conhecimento. Para que aquela pessoa que realmente nos conheça, e amanhã ou depois saiba que a VTEX tem uma grande contribuição nisso e que ele vai contar com ajuda.

Diego Gomes: Também temos estratégia de comunicação, tentamos falar com estagiários, estudantes, jovens profissionais, que não são a nossa persona, mas que queremos estar participando da educação desse profissional para quem sabe um dia ser o parceiro dele. E um ponto que gostaria de comentar é sobre uma notícia que eu vi recentemente e achei fantástica: “Richard Branson no Brasil” me conta mais sobre isso.

Rafael Campos: Cara, golaço. O VTEX Day, se não me engano, já é o principal evento da América Latina em termos de quantidade de pessoas. Eu acho que essa vertente de conteúdo da VTEX sempre foi muito presente, e acredito que nunca esteve tão bem estruturada como montamos agora. Já fazemos este evento desde 2008 na VTEX e sempre produzimos um evento excelente.

Se você for ver, no mercado temos excelentes eventos, mas o VTEX Day traz um conteúdo muito bom, muito relevante para quem está no e-commerce. Esses nomes que conseguimos como o Richard (e como o ano passado conseguimos também) realmente vêm para agregar o conhecimento deles sobre qual o desafio do dia a dia. Eu não tinha visto ainda nenhum evento no Brasil com o Richard Branson participando.

Diego Gomes: Vocês estão esperando quantas pessoas?

Rafael Campos: Da última vez tivemos por cerca de 10 mil participantes, dessa vez estamos esperando algo como 12 a 14 mil se eu não me engano.

Queremos realmente mudar a forma do brasileiro pensar perante o mundo, porque sempre achamos que as portas estão fechadas, que “você não vai conseguir nunca trazer esse cara para cá”, e conseguimos trazer. O Richard é principal cara em termos de capacidade de entrega de geração de valores do mundo.

Diego Gomes: Eu sou super fã dele, cara. A história dele é demais, os livros dele também. Bom, vou mudar um pouquinho de assunto então. Eu sei que você cuida do time de Inside Sales aí também, correto?

Rafael Campos: Sim, correto.

Diego Gomes: Me conta um pouquinho da sua distribuição de pessoas, quantas pessoas você tem em Marketing, quantas em Inside Sales. Me conta do seu processo e da sua estrutura.

Rafael Campos: Eu sempre fui comercial, quase a minha vida inteira aqui na VTEX, então sempre tive esse lado. O mais legal que já vimos, falando um pouco da estrutura, são que as empresas que fazem Inbound Marketing, que fazem Inside Sales, são empresas em que as duas áreas vão se descobrindo muito bem. Aqui tem um grupo querendo gerar novos negócios, outro gerando leads, MQLs, e nunca se deu essa ideia de ser tudo tão combinado.

Eu acho que antes de pensar em nós, já nascemos com as duas áreas indo muito bem. A área Inside Sales praticamente nasceu junto com o Inbound. Criamos tudo isso de maneira muito bem estruturada, com as áreas coladas uma na outra. Hoje temos 4 pessoas de Marketing: duas tomando conta do topo de funil (de atração, geração de leads etc), e temos outras duas pessoas onde eu estou, que é mais fundo de funil, gerando conteúdo, fazendo rede de relacionamentos e newsletter.

Além disso temos uma área de vendas, com 2 pessoas que fazem o primeiro contato com o cliente (que chamamos internamente de SDR), além de uma pessoa que a chamamos de closer.

A nossa estrutura é um pouquinho diferente. Temos parceiros, temos um canal que é muito importante para nós, que são as agências que desenvolvem os projetos geralmente vendendo para o cliente final, oferecendo a solução pelo uso da plataforma da VTEX. E estamos começando uma parte de Outbound.

Temos esses espaços: quatro do Marketing, duas pessoas para SDR (que é o primeiro contato), uma para o closer e Ao todo, são sete pessoas.

Diego Gomes: Legal. E esse projeto da área de Inbound em Inside Sales está acontecendo já tem quanto tempo mais ou menos?

Rafael Campos: O primeiro que tivemos foi em outubro de 2015. Mas assim sem estruturar, sem pensar, sem parceiro, sem foco.

Começamos realmente a fracionar um pouco mais nossa estrutura para realmente fazer com mais conhecimento e metodologia a partir de julho de 2016.

Precisamos de 6 meses para aprender, ver como acontecia. Imagina como seria falar com uma pessoa que não vende Marketing, que sou eu, ou que nunca fez Marketing: “vamos fazer Marketing de Conteúdo”, a primeira coisa que ela vai pensar em fazer é montar um blog.

Diego Gomes: Eu tenho uma opinião que geralmente os caras que vêm de vendas para trabalhar em Marketing tendem a dar bons resultados, porque o foco no número já está lá, sabe?

Rafael Campos: Isso realmente é, somos muito chatos com número, temos realmente mapeado a probabilidade, toda jornada de conteúdo com o cliente eu tenho mapeada com a probabilidade de cada uma das etapas dela. Eu consigo realmente ser bastante estatístico.

Já sabemos exatamente quantos visitantes tivemos, quantos viraram lead, quantos viraram subscriber, quantos viraram MQL, quantos viraram SQL. Já temos isso muito bem mapeado. Mas essa estrutura só começou a voltar a ser de forma inteligente, só começou a funcionar de uma forma bem estruturada e de uma forma planejada quando começamos a trabalhar com a Rock Content.

Eu não tenho reclamações, obviamente, problema todos nós temos, mas a Rock sempre me ajudou. Apareceu um problema? Cara, o problema é esse e vamos resolver assim. Foi na Rock que começamos a entender, por exemplo, porque não tínhamos uma estratégia de topo de funil. Por que não? Porque como eu sou de vendas, todo conteúdo de e-mail, de fundo de funil, me ajudava a vender. O conteúdo veio junto. Eu não tinha atração, agora eu já tenho.

Diego Gomes: E eu vi aqui que você aumentou quase 50% os acessos no seu site recentemente.

Rafael Campos: Se formos comparar com o ano passado, em que já tínhamos o blog e não tínhamos essa estratégia de topo de funil, aumentou até mais de 50% dos acessos que tínhamos.

O que fez isso aumentar foi a estratégia muito bem feita, muito bem pensada de topo de funil, uma estrutura de comarketing bem montada que estamos explorando bem hoje em dia, e principalmente guest posts.

São três vertentes que nos fizeram realmente começar a tracionar, a começar a trazer um volume de visitantes interessante, e que no final isso já está se refletindo em mais vendas.

Diego Gomes: Essa era a próxima pergunta. Então você já está começando a girar com esse projeto, com essa demanda pro time de vendas e fechando mais negócio?

Rafael Campos: Exatamente. O mês de janeiro de 2017, por incrível que pareça, foi o melhor mês de geração de SQL, com levantadas de mão (ou pedidos para falar com a VTEX). Foi melhor mês que a VTEX já teve, disparado, se comparado com o ano de 2016. No mês de março de 2017, vamos fechar com quase 800 novos leads, que é um aumento de 8 a 9 vezes a mais, comparado com o que fazíamos no melhor mês do ano passado.

As coisas estão começando a realmente esclarecer e a trazer resultados, e no final estamos conseguindo fechar por mês números absurdos. Já estamos fechando pelo menos 35% a 40% mais contratos no mês por causa dessa estratégia.

Não dá para você falar qual é o principal fator. Não tem. É uma estratégia inteira que foi montada, cada passinho desse grande método está bem encaixado. Estamos montando nosso castelinho e cada pecinha faz parte de um bem maior pro castelo ficar em pé. Então realmente tem muito trabalho para ser feito no meio do caminho, mas estamos bem posicionados com os parceiros e com as pessoas certas para trabalhar assim.

Diego Gomes: Muito bacana. Quais são seus principais desafios e o que que vai pegar neste ano de 2017? O que você acha que vai ser o maior desafio da VTEX em uma perspectiva de Marketing Digital em Inside Sales?

Para nós o maior desafio está na prioridade do conteúdo, como é que fazemos para esse conteúdo ser realmente desenvolvido. Para que ele alcance a maior quantidade de pessoas e de países possíveis, e fazer com que esse processo seja o mais automatizado e mais “clean” possível. Porque não adianta nada termos conteúdos muito bons se não conseguimos fazer com que eles se espalhem ao longo do mundo. Esse é, por exemplo, o nosso principal desafio hoje.

No Brasil, eu diria que o desafio está em diferenciar conteúdo, porque se você for parar para pensar, qualquer pessoa consegue escrever um conteúdo sobre Marketing Digital.

Então o cara entra no Google, lê o seu conteúdo, o do Neil Patel e de mais três pessoas. A questão aqui é como que você consegue agregar valor para esse tipo de conteúdo para que ele seja sempre o melhor possível, para que o seu cliente sempre leia o seu conteúdo.

Então temos pensado muito, porque existem outras empresas que não têm o mesmo porte que a VTEX, mas que tem iniciativas de Marketing de Conteúdo também. Já chegamos num patamar que é como desenvolver mais esse conteúdo quando ele está muito bom.

Por incrível que pareça, todos os conteúdos feitos passam pela minha moderação. Temos um carinho aqui muito grande, isso eu acho que é o maior diferencial que nos faz entregar um bom conteúdo no final do dia.

Os conteúdos da Rock vêm para nós, mas fazemos toda uma estrutura de falar “Olha, o que vamos falar? De qual assunto?”. Detalhamos qual que é a palavra-chave junto com o pessoal da Rock Content, comparamos qual é o conteúdo que vai ser escrito, quais são os posts que já foram publicados que são relacionados.

Eu releio todos e acrescento pelo menos 30% mais palavras. Eles ficam muito chateados: “Pô, você não pode fazer isso, você tem que pedir para ajustar!”. Mas não tem como ajustar, isso está na minha cabeça há 10 anos. Então o que temos feito aqui é entender como fazer para este conteúdo ter uma maior qualidade possível, seja através de mais conteúdos, ou seja através de novas mídias.

Já estamos começando a fazer todo um programa aqui dentro da VTEX para usar vídeos. Queremos fazer algumas iniciativas também para trazer conteúdos não só lidos, não textos, mas também visuais também. Vídeos também, no Brasil, vão ser algo que temos de estratégia. Basicamente é isso.

Diego Gomes: Muito legal. E para finalizar eu queria pedir para você deixar uma dica para o gestor de Marketing, para o CMO que está lendo essa entrevista agora. O que que você tem de dica para acelerar o Marketing esse ano?

Rafael Campos: Isso é legal, pois eu vou dar a dica que todo mundo sempre me dava e eu falava assim “isso é conversa de vendedor para não me cobrar resultado muito rápido”. É assim, ter a paciência que você e todo mundo sempre me falam. Porque ficamos nessa ânsia da geração de resultado, mas, o Marketing é um trabalho de formiguinha, que demora tempo e demanda investimento, principalmente intelectual.

Você precisa encarar de maneira séria, com pessoas que realmente têm conhecimento, porque não adianta você procurar trazer um CMO do mercado que nunca falou de comércio eletrônico para escrever conteúdo para nós.

Não vai dar certo, você tem que pegar o cara, o dono da empresa, o cara que faz o projeto há 10 anos, o cara comercial que vende há 15 anos. É esse cara que tem que escrever. Temos que ter um trabalho constante e acreditar, porque no momento em que essa curva vira, parece que é uma barreira, parece que tem uma resistência ali que não deixa você subir. Você faz força, faz força, faz força, aí a hora que você faz a força que você empurra esse negócio, ele começa a voar em uma velocidade descomunal.

Eu quando comecei a conversar com vocês, eu falava “isso aí é conversa”, mas a paciência é o principal, além de apostar na qualidade do conteúdo. Encontramos um parceiro que gera muito conteúdo de qualidade, mas como eu falei, qualquer um pode escrever um excelente artigo de 5 mil palavras com Marketing de Conteúdo. Mas assim não vai ser suficiente, eu não vou chegar lá, eu não consigo agregar valor.

Você precisa ter uma pessoa muito experiente na área de vocês, que pode ser de comercial, ou a pessoa que projeta, e que pode completar o texto com 30% a mais de conteúdo para, no final, um cliente ver e falar assim “Isso aqui eu nunca pensei” e depois ele vai compartilhar, vai mandar para outro, vai fazer acontecer e aí o negócio começa evoluir.

Eu acho que essa é uma das principais dicas.

Diego Gomes: Sem dúvida, eu concordo totalmente contigo nisso aí. Eu acho que esse processo de criação de conteúdo hoje é uma cocriação, e ele requer muito envolvimento dos dois lados né.

Rafael Campos: Eu diria que essas são as principais dicas. Calma, que essa resistência é forte. Ela vai fazer realmente força grande para você não subir, mas se o seu conteúdo tiver essa força para desbloquear o espaço do e-commerce e para que esse conteúdo seja disseminado, quando essa barreira for rompida 4, 5 vezes, você começa a voar em uma velocidade que assusta. Porque você fala assim “10 ou 15% ao mês de crescimento em SEO está lindo”. Só que quando você consegue alcançar 30% no mês você pensa assim “não é possível, o que que está acontecendo?”. E aí é todo aquele trabalho que você fez por trás está fazendo surtir tanto efeito.

Então é paciência, confiar no conteúdo e estudar também. Acho que no Marketing de Conteúdo você vai ao encontro, você vai responder a essa pesquisa. Tem um monte de Gurus que dizem fazer milagre, mas não é milagre. Isso é fato. 99% disso é transpiração.

É trabalho de formiguinha mesmo, tem que ser assim. Tem que pesquisar, tem que ir lá fora, ir no mundo a fora, ver o que estão fazendo, ir no RD Summit pra ver o que tá acontecendo. Tem que buscar para ver o que está acontecendo. Você pode pegar essas dicas que podem realmente fazer a diferença de crescimento de 30% em SEO, em geração de lead. Eu acho que isso é fundamental também, é conhecer as melhores práticas e sempre acreditar que é um negócio muito rico.

Passaram-se 6 meses, se você não atualizou seus sistemas, se você não fez uma melhora nas habilidades, esquece. Alguém já te passou.

A velocidade desse mundo ele é descomunal. E você precisa estar constantemente preparado para que essa mudança ela não te engula, você que tem que engolir ela.

Diego Gomes: Muito legal. Rafa, eu queria agradecer pelo seu tempo, pelas suas dicas, muita coisa bacana, espero que os nossos leitores curtam bastante. Queria deixar também o endereço do blog da VTEX e o endereço dos ingressos para quem quiser ver o Richard Branson no VTEX Day. Tem mais alguma coisa que você quer adicionar? Algum canal para seguir, alguma dica?

Rafael Campos: Estamos com muito conteúdo legal no blog, se você abrir o e-commerce, se você for na loja, pode baixar qualquer um deles.

Talvez, mais uma dicazinha que fica aí: nosso conteúdo não tem jabá. Inclusive, tem alguns que eu escrevo. Se você quiser falar com alguém aqui da VTEX estamos super abertos. Estamos em São Paulo, na Vila Olímpia, na Faria Lima.

Se quiser visitar para conhecer como é o escritório, a nossa estrutura, se quiser conversar comigo pessoalmente, não tem problema nenhum. Meu email é [email protected], quem quiser pode me mandar e vamos nessa onda. Se alguém precisar de alguma coisa, se quiser trocar essa experiência.

E eu agradeço a participação, obrigado por me convidar. E se vocês quiserem podem ficar tranquilos que vamos junto com vocês, e é assim que vamos ajudar o mercado a se desenvolver mais.

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